quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Missa. Estou fazendo certo?

Diante de um assunto tão complexo, cito que para melhor entendimento leiam o Redemptionis Sacramentum (Documento do Vaticano sobre a Santa Eucaristia).
Irmão é importante logo de principio você saber que a liturgia da Santa Missa não é totalmente rígida ao missal. Há algumas situações dadas principalmente para que se respeite o costume do lugar. Mas isso só é permitido a partir da autorização do ordinário local (bispo/arcebispo) e por deliberação da Conferência Episcopal. Mas isso não significa, JAMAIS, que se pode desrespeitar o que está explícito no missal com a desculpa de agradar a algum regionalismo, até porque, para atuar nessas margens, a Conferência Episcopal precisa de autorização expressa da Sé Apostólica.
Então, alguns costumes que vemos nas missas, pode ou não ter alguma referência no
IGMR (Instrução Geral do Missal Romano) e assim podem ou não serem permitidos pela Santa Sé. Por isso temos que conhecer pra sabermos o que é certo ou errado sem precipitação.
Existem alguns erros e “abusos” que sem dúvidas, contribuem para ofuscar a correta fé e a Santa doutrina Católica sobre este admirável Sacramento. Temos que tomar cuidado, pois esses erros podem de algum modo nos afastar de viver novamente a experiência dos discípulos de Emaús: “Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram” (Lc 24:31).  Vamos à aula de catecismo?! Dentro do “Primeiro Catecismo da Doutrina Cristã” (Vozes, 145ª Edição, Petrópolis, 2005), que as crianças estudam. Ou melhor, deveriam estudar antes de fazer a Primeira Comunhão. Questão nº 139: O que é a missa? Resposta: “A missa é o sacrifício incruento do corpo e do sangue de Jesus Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das aparências de pão e de vinho, em memória do sacrifício da cruz”.
O que é o abuso litúrgico? Pra simplificar: abuso litúrgico é antes de tudo uma falsificação da liturgia católica, no dizer da Instrução Redemptionis Sacramentum. Pois todo católico tem o direito de ver celebrada a sagrada liturgia sem improvisações, sem experimentação, de acordo com as normas estabelecidas pela Santa Sé. “Coerentemente com o que prometeram no rito da sagrada Ordenação e cada ano renovam dentro da Missa Crismal, os presbíteros presidam, com piedade e fidelidade, a celebração dos mistérios de Cristo, especialmente o Sacrifício da Eucaristia e o sacramento da reconciliação. Não esvaziem o próprio ministério de seu significado profundo, deformando de maneira arbitrária a celebração litúrgica, seja com mudanças, com mutilações ou com acréscimos” (RS 31). (A Igreja, portanto, proíbe aos padres “mudanças”, “mutilações” ou “acréscimos” na celebração litúrgica) Esse direito reclama dos presbíteros e também dos demais fieis o dever de observar rigorosamente as regras litúrgicas. Todo católico deve, portanto, aprender a respeito do assunto e batalhar, com maturidade e placidez, para que os Santos Mistérios sejam celebrados segundo a liturgia determinada pela Igreja..
Assim poderemos “combater” alguns equívocos infelizmente frequentes em termos de liturgia. Lembrando que sem caridade é melhor não agir. Temos que agir com sabedoria e prudência porque o dano de uma correção feita sem caridade pode ser maior que o próprio abuso. Se o equívoco for feito pelo próprio sacerdote, deve-se conversar diretamente com ele, sem antecipar o assunto com outros fieis, o que seria um desrespeito ao ministro de Deus. É claro que nos casos mais graves (vide "Graviora delicta" na Redemptionis Sacramentum), o assunto poderá exigir uma comunicação ao bispo.
O Cardeal Burke disse que concorda com o Pe. Bux quando este diz que “abusos litúrgicos trazem sérios danos à fé dos católicos”.
O documento (R.S) considera que muitos dos abusos são frutos da “ignorância, mas também de “um falso conceito da liberdade”, pelo que são definidos como “atos arbitrários que comprometem a unidade do Rito Romano”.
Um erro freqüente: rezar orações que são próprias do sacerdote
Há orações que são próprias e exclusivas do sacerdote. No caso específico, rezam o "Por Cristo, com Cristo, em Cristo...", a doxologia com que o sacerdote encerra a oração eucarística (a parte central da missa). Só o padre pode pronunciá-la. Mesmo que o celebrante convide ("todos juntos!", etc.) os fieis deverão ficar em silêncio e responder, ao final, o solene "amém" (cf. IGMR 151).
Os leigos também não devem rezar a oração da paz ("Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: Eu vos deixo a paz, Eu vos dou a minha paz..."). Só o sacerdote pronuncia essa oração.
Há que se distinguir os papéis do sacerdote e do leigo na missa: "Deve-se evitar o perigo de ofuscar a complementaridade entre a ação dos clérigos e dos leigos, para que as tarefas dos leigos não sofram uma espécie de clericalização, como se fala, enquanto os ministros sagrados assumem indevidamente o que é próprio da vida e das ações dos fieis leigos" (Redemptionis Sacramentum).
Comportamento inconveniente dos fieis
Conversas, barulhos, alvoroços, "show's", danças, palmas, namoro... NADA disso combina com a missa e devem ser reprovados por nós. (Durante a missa realizada na Catedral de São Pedro, no Vaticano, Roma, dia 29 de junho, comemorativa ao Dia de São Pedro, o Papa Bento XVI proibiu as palmas nas missas. Antes, em sua visita pastoral a Aquileia e Veneza, o pontífice já tinha determinado tal orientação para todos os fiéis da Igreja Católica Romana. São ordens curtas e, ao mesmo tempo, profundas. A tradução do comunicado do pontífice diz: “Em respeito destes divinos mistérios que estamos celebrando, recolhamo-nos em silêncio orante. Portanto, não se aplauda mais, nem sequer durante a homilia, e não se usem bandeiras, nem cartazes”). De verdade, haverá outros locais para a gente se alegrar, sorrir, conversar, dançar. Mas  não na Santa missa né?! Na missa, vale a "regra de ouro" (Silêncio). Refleta nisso:  “Deus não se comunica com a alma tagarela”. Santa Faustina
“O que não caberia fazer no Calvário, não cabe fazer na missa.”
Perguntaram um dia a Padre Pio: - Padre, como devemos assistir à Santa Missa? Ele respondeu: Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu S. João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz. Estamos diante do sacrifício do Filho de Deus! No altar, Jesus oferece-se ao Pai como vítima, por nossos pecados. Portanto, quero recordar que conversar com o vizinho, atender chamadas de celulares, acessar o facebook na hora da homilia, bater palmas ("imagina Cristo morrendo numa cruz e Maria Santíssima batendo Palmas com o discípulo amado"...) ou fazer coreografias, danças, etc., nada disso é próprio na missa. AHHHH...Outro erro GRAVE que não percebemos: Virar de costas pra Jesus Cristo que  estar sendo consagrado no Altar no momento da Paz (se esta for  no "meio" da Missa), Cuidado!!!

Abusos litúrgicos - Exemplos:
Trocar os textos litúrgicos - "Cesse a prática reprovável de que sacerdotes, ou diáconos, ou mesmo os fieis leigos, modificam e variam, a seu próprio arbítrio, aqui ou ali, os textos da sagrada Liturgia que eles pronunciam. Quando fazem isto, traz instabilidade à celebração da sagrada Liturgia e não raramente adulteram o sentido autêntico da Liturgia" (R.S., 59);
Convocar que os fieis acompanhem o sacerdote na Oração Eucarística - "A proclamação da Oração Eucarística, que por sua natureza, é, pois o cume de toda a celebração é própria e exclusiva do sacerdote, em virtude de sua mesma ordenação. Portanto, é um abuso fazer que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, ou ainda por um só ou por todos os fieis juntos. A Oração Eucarística, portanto, deve ser pronunciada em sua totalidade, tão somente pelo Sacerdote" (R.S., 52);
Cruzar o rito da missa para intercalar orações não previstas - acrescentar orações, súplicas livres depois da consagração, etc.;
Conferir a homilia a leigos - a homilia poderá ser suprimida nas missas durante a semana, mas é de rigor nas dominicais e "será feita, normalmente, pelo mesmo sacerdote celebrante, ou este a delegará a outro, concelebrante, ou às vezes, de acordo com as circunstâncias, também ao diácono, mas nunca a um leigo" (R.S., 64). Também são práticas abusivas trocar a homilia por apresentações teatrais, testemunhos de particulares, etc.;
Empregar na homilia temas que não guardam relação com as leituras - "Ao fazer a homilia, procure-se iluminar, em Cristo, os acontecimentos da vida. Faça-se isto, sem dúvida, de tal modo que não se esvazie o sentido autêntico e genuíno da palavra de Deus, por exemplo, tratando só de política ou de temas profanos, ou tomando como fonte idéias que provêm de movimentos pseudo-religiosos de nossa época" (R.S., 67);
A relação acima é meramente exemplificativa, há muitos outros exemplos. Há que se ter em mente que "a ordenação da sagrada Liturgia é da competência exclusiva da autoridade eclesiástica; esta reside na Sé apostólica e, na medida em que determine a lei, no Bispo" (R.S., 14). Ninguém tem o direito de "mexer" na liturgia, mesmo que movido pelas melhores intenções.
Quero relembrar mais uma vez, que a leitura da Instrução Redemptionis Sacramentum é importantíssima e também a leitura da IGMR.
A distribuição da comunhão
Pode-se comungar de joelhos ou de pé. Quando se comunga de pé, recomenda-se fazer, antes de receber o Sacramento, a devida reverência (R.S., 90). Além disso, o fiel tem sempre o direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se quer receber na mão o Sacramento. A forma tradicional de se comungar é diretamente na boca. Se preferir receber na mão, deve apresentar-se com as mãos abertas, sobrepostas, receptivas a receber a sagrada comunhão. Não é correto "pegar" a partícula como se fosse um objeto comum. (Quero chamar atenção pra grandes cuidados que devemos ter ao comungar na mão, pois além de nossas mãos serem sujas [“sujeira física e espiritual”], o cuidado pra não ficar nenhum pedacinho de Jesus em nossas mãos e correr o risco de deixá-lo cair, que por menor que seja a partícula é Cristo por inteiro. E a Sã Doutrina ensina que só o sacerdote é digno de tocar Jesus. Minha reflexão: São João Batista não era digno de desatar as sandálias Dele (Lc 3:16), imagina nós miseráveis o quanto somos tocar no Senhor? Sem falar que o nosso Santo e Amado Papa pedi a comunhão de joelhos e na boca.) De acordo com o IGMR e ao contrário do que se pensa hoje em dia, receber a comunhão na boca é a REGRA e receber na mão é a EXCEÇÃO. Lembro de II TIM 2:5 “Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras”.
Não esquecendo que isso é também "de acordo com as normas estabelecidas pela conferência episcopal", fiquemos atentos a isso. Quero deixar claro, que ninguém é maior ou menor pela forma como recebe a eucaristia.
Continuando: "Não está permitido que os fieis tomem a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmos, nem muito menos que se passem entre si de mão em mão" (R.S., 94). Não se deve permitir que a distribuição da comunhão seja do tipo “self service”, de modo que cada um tome a hóstia com as próprias mãos na âmbula e ministre a si mesmo a comunhão. Se for o caso da comunhão sob as duas espécies, a comunhão será obrigatoriamente dada diretamente na boca do comungante. 
Depois de comungar, temos alguns preciosos minutos em que Nosso Senhor Jesus Cristo nos tem, poderíamos dizer... Abraçados. Perguntemos corajosamente: Senhor, que queres que eu faça? E estejamos abertos para ouvirmos a resposta. Quantos milagres e quantas curas acontecem nesse momento em que Deus está vivo e presente em nós! É a ação de Graças que muitos não o fazem. E pra quebrar esses nossos maus costumes, aprendamos com São Luis Maria Grignion de Montfort: “ Prefiro meia hora de ação de graças do que uma hora de Céu”. (No Céu só se pode contemplar, aqui podemos entrar em Comunhão com o Cordeiro Santo Vivo e Real.
(Foto perfeita!)
“Se você vai à Missa em um lugar e depois em outro, não encontrará a mesma Missa. Isso significa que aquela não é a Missa da Igreja Católica, a que o povo tem direito, mas apenas a Missa dessa paróquia ou daquele padre.” (Pe. Bux - Consultor da doutrina da fé e responsável pelas Liturgias Papais).


Vamos rezar???
Mãe do Céu e Minha Mãe, hoje vos peço a sabedoria e o entendimento para poder viver esse tesouro e mistério que é a Santa missa de todo meu coração. Que possa eu herdar de ti o teu profundo Amor à tão augusto sacrifício. Quebra todo conceito errado que tenho, herdei ou aprendi e ensina-me como Tu queiras, como posso melhor participar desse Mistério de Amor, para que eu possa assim genuinamente chegar ao teu filho. Amém
(Foto: Frei Paulo Maria, resgantando os Valores e Tradições que estão sendo perdidos.)

Cleven Nen

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